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O edifício Edgard de Souza, localizado na rua Rio de Janeiro, foi concebido pelo arquiteto Sergio Freire e se constitui enquanto rico exemplar de uma arquitetura muito característica do bairro de Higienópolis na década de 1950. O projeto de retrofit, com exceção das unidades privativas, abarca o edifício como todo e pode ser dividido em três frentes distintas. Primeiro, a adaptação dos acessos de pedestres e automóveis em virtude da demanda atual por maior segurança, prevendo assim sistemas de clausura. Segundo, a qualificação das áreas condominiais, que agora contam com uma academia e um espaço de convivência, além da reforma dos subsolos, da conformação de uma portaria (atualmente inexistente) e da implementação de um espaço destinado aos funcionários, com copa e vestiário. Por fim, em terceiro lugar, o levantamento das fachadas para futuro restauro das pastilhas.

O projeto toma como partido a preservação do caráter original do edifício, procurando inserir-se discretamente no conjunto. Houve um esforço ativo de evitar a presença de gradis térreo, optando-se por um sistema de clausura em caixa de aço que preserva a continuidade entre o espaço público e a plataforma de acesso, a qual permanecerá frequentável sem qualquer sistema de controle. Nas áreas comuns, procurou-se utilizar materiais e cores próximos aos originais, tais como o granito, a madeira e as pinturas na cor cinza ou branca. De modo geral, há um desejo de organizar e unificar os ambientes existentes- ora subutilizados, ora descaracterizados- submetendo-os a um raciocínio espacial único e qualificando-os.